segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Entrando com um tanque em Évora

Vim para Évora porque já estava ficando difícil aguentar a cama do meio das conversas sem sentido e de argumentações falhas da casa da dona Manuela, e porque a novela da TV da cama da esquerda tinha mais controle do que deveria sobre meus ouvidos e também porque sei lá, tinha que ir para qualquer lugar algum e Évora fez sentido por dois segundos ou três e no que vi já tinha o Tejo debaixo de mim.

E vim como que em uma invasão e sinto que até agora sou como que um tanque de guerra contra Évora indefesa. Pois que quando cheguei por aqui no domingo de tarde quase noite Évora era cidade de prédios velhos demais, com ruas estreitas demais para que se passasse sem que se tapasse o resto de sol de quem vem e que só não era mais estreito e apertado que o silêncio que esse sim esmagava qualquer passante com sua falta de qualquer coisa de barulho que deve ser patrimônio histórico ou coisa qualquer que o valha. E eu entrei com aquelas malas de carrinho de mão, atormentando os paralelepípedos da cidade e ali não é que eu fui barulhento, mas é que nisso de perder e recuperar dia após dia aquilo que sou, e que já fui perdido, turista, brasileiro, estudante, entediado e dormindo, ali eu era barulho. E só barulho, que as pessoas olhavam pela janela curiosas e voltavam os olhos de volta para qualquer coisa que faziam que produzia aquele silêncio artesanal que eu quebrava. A cada paralelepípedo.

E invadi casas de pessoas que agora me hospedam, e quartos de quem queria privacidade, e deitei com meu tanque no sofá do lado da cama de uma amiga e com os lençóis do outro que me emprestou e tendo a mim mesmo de travesseiro. E meu tanque se virou na cama durante a noite, e acordava a vizinhança a cada centímetro de sofá percorrido, tanto que eu mesmo com ele só acordamos depois de todo mundo.

E agora, abandonados que fomos pelos que acordam cedo demais, estamos livres para passar por cima de Évora e começar o processo de demolição.

A não ser que tenha algo melhor pra fazer. Parece que tem um filme do Scorcese de graça às 22h. Com sorte, encontrarei seres vivos por lá.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, achei seu blog pelo google está bem interessante gostei desse post. Gostaria de falar sobre o CresceNet. O CresceNet é um provedor de internet discada que remunera seus usuários pelo tempo conectado. Exatamente isso que você leu, estão pagando para você conectar. O provedor paga 20 centavos por hora de conexão discada com ligação local para mais de 2100 cidades do Brasil. O CresceNet tem um acelerador de conexão, que deixa sua conexão até 10 vezes mais rápida. Quem utiliza banda larga pode lucrar também, basta se cadastrar no CresceNet e quando for dormir conectar por discada, é possível pagar a ADSL só com o dinheiro da discada. Nos horários de minuto único o gasto com telefone é mínimo e a remuneração do CresceNet generosa. Se você quiser linkar o Cresce.Net(www.provedorcrescenet.com) no seu blog eu ficaria agradecido, até mais e sucesso. (If he will be possible add the CresceNet(www.provedorcrescenet.com) in your blogroll I thankful, bye friend).