segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Tanto mar

A idéia é mesmo essa, de arremessar palavras de um oceano a outro de vez em quando, ainda que nesse mundo meio virtual, meio real tanto que até esbarra na gente vez ou outra, as palavras no fundo não saiam do lugar.

Mas não sei se vou ter paciência para escrever com paciência o tempo todo. Já aviso que de vez em quando vai sair na base do papel rasgado do caderno, com margens picotadas e sem dois dedos marcando o parágrafo. Às vezes, acho que nem um dedo só!

Sim, sempre falo do mito fundador dos meus blogs. Aqui, é porque vou ficar cinco meses em Lisboa estudando, o que nunca é realmente cinco meses nem realmente Lisboa, já que sou de me bifurcar muito por aí (droga, roubei essa do Cortázar. Antes fosse minha...). Devo sair por aí no meio do caminho e se acontecer de eu escrever aqui sobre Praga ou Dublin, paciência.

E o Velho Cravo é do Chico mesmo, o Buarque. Era pro blog se chamar "Tanto Mar", por causa da música sobre a Revolução dos Cravos em Portugal, mas parece que alguém criou um blog com esse nome antes. Blog bom aliás, desses silenciosos, tão cochichados que não tem nada pra ler.

Bom, nada como começar um blog com propriedade intelectual alheia. Vai a letra da música mito fundador do Chico:

Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
E inda guardo, renitente
Um velho cravo para mim

Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto do jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar

Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim

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